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História da Terapia Ocupacional

É no final do séc. XVIII e principio do séc. XIX que a Terapia Ocupacional encontra as suas raízes filosóficas, com o início do Tratamento Moral impulsionado pelo Dr. Philippe Pinel, (França, 1791). Este conceituado médico da época assume a direcção do asilo de Bicêtre e depara-se com a trágica situação dos doentes mentais, impulsionando, então, a reforma assistencial. Tem assim início o tratamento moral, com o qual se inicia a aplicação do trabalho como forma de tratamento do doente mental.

 

Samuel Tuke, psiquiatra inglês responsável por popularizar o tratamento moral na Inglaterra, fundou o Retiro York, em York na Inglaterra e tal como Pinel, acreditava que a enfermidade mental poderia ser alvo de cura, aplicando diversas ocupações adaptadas às necessidades dos diferentes pacientes.

 

O tratamento moral baseava-se numa filosofia humanista, em que estavam envolvidos aspectos culturais, políticos e religiosos dessa época, tendo sido desenvolvido no contexto das enfermidades mentais.

 

O tratamento moral viria também a ser difundido pelos Estados Unidos da América, tendo sido Benjamín Rush o primeiro médico a utilizar o conceito do tratamento moral na América.

 

O período entre 1840 a 1860 foi a época de ouro para a aplicação do tratamento moral e da ocupação nos hospitais norte-americanos, contudo, a guerra civil e a crise económica nos Estados Unidos, vieram a contribuir para o declinar do tratamento moral e da ocupação como meio de tratamento do doente mental.

 

Com a revolução industrial, no final do séc. XIX, surgiram os acidentes industriais e com eles o número de pessoas incapacitadas aumentou. Era imperioso que aparecesse uma nova forma de tratamento, para as incapacidade que daí advieram. Surgiu assim, o movimento das artes e do artesanato, no início do séc. XX.

 

Tendo em conta o seu efeito terapêutico, John Ruskin em 1860, um filósofo inglês reconhecido por popularizar estas ideias, e William Morris, um artista e arquitecto também ele  inglês e aluno de Ruskin, promoveram e popularizaram o movimento das artes e ofícios.

 

É nas duas primeiras décadas do séc. XX que ocorre o início formal da Terapia Ocupacional, com o renascimento do tratamento moral, impulsionado pela necessidade pela Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), no tratamento dos soldados deficientes. Nesta altura assistiu-se também a um franco progresso na Europa, nomeadamente na Inglaterra, onde a reabilitação dos soldados era também uma necessidade.

 

Em 1915, na América, William Rusch Dunton publica o livro Occupational Therapy: manual for nurses, surgindo então pela primeira vez o termo Terapia Ocupacional e com ele a primeira escola.

 

É em 1922 que surge a primeira definição de Terapia Ocupacional. Pattison (1922) refere a Terapia Ocupacional como “Qualquer actividade, mental ou física, especificamente prescrita e orientada com o objectivo de contribuir e apressar a recuperação de doença ou lesão”.

 

No entanto, ao longo da história da Terapia Ocupacional, a profissão tem sido definida e descrita de várias formas. Muitas tentativas de a definir foram surgindo ao longo dos tempos, de forma a vir ao encontro das várias alterações ocorridas, tanto na sociedade como na relação entre os profissionais de saúde.

 

Durante a segunda Guerra Mundial, com o avanço da medicina a profissão desenvolve-se, surgindo novas áreas de intervenção, escolas e associações profissionais.

 

Em 1957 surge a World Federation of Occupational Therapy (W.F.O.T.), que contribuiu de forma bastante positiva para o desenvolvimento da profissão, universalizando o programa educativo e expondo padrões básicos exigidos para a formação dos TO.

 

Marco Nobre

2004

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