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Modelo de Desempenho Ocupacional (AOTA)
Associação Americana de Terapia Ocupacional
 
Este Modelo está na base da intervenção do terapeuta, nas diversas áreas onde actua, representando um modelo profissional. Tem por base teórica a terceira edição da Uniformização da Terminologia da Terapia Ocupacional, que é um documento oficial da Associação Americana de Terapia Ocupacional.
 
Assim este modelo descreve os domínios de preocupação da Terapia Ocupacional, e do seu conteúdo, baseado em três Áreas e Componentes de Desempenho, e dois Contextos de Desempenho estes são:
 
1. Áreas
  • Actividades da vida diária
  • Trabalho e actividades produtivas
  • Actividades recreativas e de lazer
 
2. Componentes
  • Componentes sensório-motores
  • Componentes cognitivos
  • Componentes psicológicos e psicossociais
 
3. Contextos
  • Temporal
  • Ambiental
 
O modelo de Desempenho Ocupacional baseia-se em quatro etapas que são:
 
  1. Métodos Adjuvantes: preparam o indivíduo para o desempenho ocupacional. Os seus procedimentos poderão incluir exercícios como a estimulação cognitiva e sensorial, sendo o principal objectivo do terapeuta a avaliação dos componentes, servindo também para preparação do utente para actividades objectivas e direccionadas para a máxima independência nas áreas de desempenho.
  2. Actividades promotoras: é a aplicação de actividades sem um objectivo directo mas que servem como passos para desenvolver actividades com um objectivo determinado.
  3. Actividades intencionais: estas actividades incluem os objectivos inerentes e autónomos na actividade, e que são relevantes e significativos para o utente de modo a estimular, a recuperação ou manutenção das capacidades do indivíduo, de modo a que este tenha um funcionamento adequado nas várias áreas de desempenho.
  4. Desempenho ocupacional e papéis ocupacionais: nesta fase o indivíduo reinicia e assume os papéis ocupacionais da sua vida na comunidade, maximizando o seu desempenho nas várias áreas.
 
Marco Nobre
2004
MDO
inicio
Modelo de Reabilitação
Schkade & Schultz, 1992​
 
Este Modelo baseia-se nas ciências médicas e físicas, capacidades da cada indivíduo baseadas no exame dos segmentos corporais. Encontra-se indicado para indivíduos com disfunção nas AVD's, actividades de trabalho e de lazer. Para aplicar este modelo o T.O. tem que avaliar as capacidades e défices nas AVD's, produtivas e de trabalho.
 
A intervenção, tendo por base este modelo, consiste em compensar os handicaps, aprendendo o indivíduo a viver com os mesmos em todos os aspectos da vida, procedendo também à adaptação do meio ambiental.
 
Este modelo apresenta cinco premissas:
 
  1. Uma pessoa pode recuperar a independência através de uma compensação.
  2. A motivação para a autonomia está influenciada pelos valores e papéis do indivíduo.
  3. A motivação para a autonomia não se pode separar do contexto ambiental, situação económica e recursos emocionais da família.
  4. As destrezas cognitivas e emocionais são necessárias para que a autonomia seja possível.
  5. O raciocínio clínico deve focar o ambiente, capacidade funcional e dispositivos adequados.
 
Existem as seguintes estratégias gerais de reabilitação: dispositivos adaptados; ortóteses para o membro superior; modificações ambientais; modificações na cadeira de rodas; dispositivos para a deambulação; procedimentos adaptados e educação de segurança; treino de AVD's.
Marco Nobre
2004
m_reabilitação
inicio
m_biomecanico
Modelo de Biomecânico
Pedretti, 1990

 

Este modelo tem por base quatro princípios, o primeiro defende que as actividades com objectivos definidos poderão ser utilizadas para tratar a perda de amplitudes de movimentos, força e resistência.

 

O segundo princípio diz que logo que se recupere a amplitude de movimento força e resistência, o indivíduo terá facilitada a recuperação da sua função.

 

O terceiro princípio, é um princípio de repouso e stress, primeiro o corpo repousa para se recuperar, logo as estruturas periféricas devem estar em stress para recuperarem a amplitude de movimentos, força e resistência.

 

O quarto e último princípio diz que o modelo biomecânico beneficia mais indivíduos cujo SNC se encontra intacto. Os indivíduos podem ter diminuição da amplitude de movimentos, resistência e força, mas podem ter habilidade para desempenhar movimentos separados e simples.

 

Na intervenção da Terapia Ocupacional o modelo biomecânico é utilizado aquando da avaliação, na utilização da goniometria para medição de amplitudes de movimento, quando se recorre ao teste muscular para avaliar a força ou quando se avalia o endurance.

 

No tratamento recorre-se ao modelo biomecânico quando se prescrevem, desenham, fabricam e se procede ao treino de ortóteses, na análise biomecânica, quando se modificam tarefas para atingir um fim terapêutico, nas adaptações efectuadas com a finalidade de compensar funções perdidas ou diminuídas ou aquando do uso de actividades de trabalho simuladas e reais de modo a melhorar a condição física e a capacidade do indivíduo para realizar tarefas específicas.

 
Marco Nobre
2004
inicio
m_neurodesenvolvimento
Modelo de Neurodesenvolvimento
Bobath, 1950

 

Este Modelo tem por base teórica as neurociências baseando-se em princípios neurofisiológicos e nos princípios do desenvolvimento, visando a normalização e integração dos processos biológicos. Este modelo encontra-se indicado para indivíduos com problemas motores derivados de disfunções cerebrais das quais se podem destacar mal formações congénitas, traumatismos e doenças do sistema nervoso central (SNC).

 

Este modelo permite organizar o funcionamento do SNC, tendo como objectivo facilitar a mudança na organização sensório-motora do sistema nervoso e promover um comportamento motor voluntário adequado, a partir da utilização do input sensorial centrado na sequência do desenvolvimento, utilizando princípios de aprendizagem motora.

 

O modelo de Neurodesenvolvimento está presente aquando da aplicação das técnicas de Rood, PNF (facilitação neuromuscular proprioceptiva), Margaret Johnstone.

 

  • Margaret Johnstone – inibição da espasticidade através de posicionamento adequado, uso de tala pneumática, treino de equilíbrio e reacções posturais.

  • PNF – estimulação propriceptiva, para   facilitar a resposta do mecanismo neuromuscular . As  técnicas de PNF são baseadas no uso da estimulação proprioceptiva e na interacção dos músculos antagonistas dependendo de reflexos e princípios fisiológicos.

  • Rood – Normalização do tónus e despertar da resposta motora.

Marco Nobre
2004
inicio
Modelo Cognitivo-Comportamental
Watson e Rawner, 1920

 

Este modelo é utilizado principalmente em casos de desadequação comportamental. Tem como base teórica a psicologia e as ciências Neuro-psiquiátricas. Segundo este modelo, a aprendizagem ocorre através da interacção de um contexto securizante e reforçante. Os pensamentos podem influenciar os comportamentos assim, através do reforço é possível modificar o comportamento desadequado, alterando os pensamentos que os originaram. É necessário desenvolver conhecimentos base para a resolução de problemas a modalidade de tratamento consiste então, no ensino de aptidões necessárias e na estimulação da aprendizagem através do reforço (valorizando a auto-estima, a auto-confiança e o desenvolvimento de capacidades de iniciativa e motivação).

 

Com base neste modelo é utilizado, tanto para avaliação como para a intervenção, o Treino de Competências Sociais.

 

Através de técnicas específicas, permite a aquisição de competências e comportamentos adequados. Essas técnicas são:

 

“Role-Play”: é pedido ao utente para representar determinado papel, assumir determinado comportamento numa situação do quotidiano. Quando utilizada como instrumento de avaliação, o Terapeuta não interfere. Quando utilizada como instrumento de intervenção, o Terapeuta intervém mostrando (ensinando) maneiras correctas de agir perante as situações representadas, recorrendo à modelagem;

 

"Role-Reversal”: quando se utiliza Role-Play, pede-se ao utente que experimente o outro lado do papel;

 

Modelagem: verifica-se quando o Terapeuta ou outro elemento do grupo assume uma forma possível de se comportar;

 

“Shaping”: sempre que é alcançado um objectivo é dado um reforço positivo, sendo este por etapas;

 

Reforço Positivo: aparece associado a outras técnicas e não isolado;

 

“Prompting”: exige uma participação activa do Terapeuta na fase da intervenção, servindo para arranjar novas estratégias a actuar;

 

“Brainstorming”: utilizada no início, ao trabalhar pela primeira vez com um grupo, havendo um registo dos comportamentos sem feedback do Terapeuta e sem julgamento de ideias.

 

Podem ainda ser utilizadas actividades de escrita, tais como a elaboração de redacções e de jornais de parede, actividades de dramatização/educacionais, pois promovem a organização do pensamento.

Marco Nobre
2014
inicio
m_cognitivo comportamental
Modelo Psicodinâmico
Freud, 1926

 

Tem por base teórica a psicoterapia psicanalítica e a psicanálise. Estuda as ideias, os impulsos, as emoções e os mecanismos de defesa, que explicam como funciona e se adapta a mente humana.

 

Para a avaliação e intervenção, são utilizadas técnicas projectivas e actividades criativas, respectivamente. Nesta é dada ênfase aos símbolos inerentes às representações, às associações livres, ao comportamento verbal durante a execução, deixando para segundo plano as aptidões e competências na execução da actividade.

 

As actividades desenvolvidas podem ser colagem, digitintas, desenho livre, desenho da figura humana, desenho da árvore, desenho do animal com história, barro, “estrada da vida”.. Estas actividades são importantes pois dão espaço à projecção de sentimentos, emoções e medos que o utente sente e que seriam muito difíceis de expressar falando.

 

Marco Nobre
2004
inicio
m_psicodinâmico
Modelo de Ocupação Humana
Willard & Spackman

 

Este modelo baseia-se em teorias que tiveram o seu começo nas proposições filosóficas articuladas pelos fundadores da profissão no princípio do século XX.

 

Este modelo ou paradigma, como foi denominado originalmente, tem sofrido um contínuo desenvolvimento e refinamento desde a sua criação.

 

O modelo de Comportamento Ocupacional serviu de fundamento para o modelo de Ocupação Humana que surgiu nos anos oitenta.

 

A premissa central deste modelo é:

 

" Toda a ocupação humana procede de uma tendência espontânea, inata do sistema humano, a urgência de explorar e dominar o ambiente."

 

O modelo baseia-se na suposição de que a ocupação é um aspeto crucial da experiência humana. A urgência inata do homem para a exploração e sua consequente capacidade para simbolizar é o que o torna único entre os animais. (Kielhofner & Burke, 1980)

 

Este modelo considera o indivíduo como um sistema aberto que evolui e sofre diferentes formas de crescimento, desenvolvimento e mudança através da interação progressiva com o ambiente externo. O sistema humano funciona simultaneamente como uma totalidade, com os seus próprios subsistemas internos e como parte de um sistema social mais amplo.


O ciclo de interação com o ambiente inclui 4 fases:

 

  • Input - importe de energia ou informação dentro do sistema

  • Throughput - transformação da energia ou informação para assimilação ao sistema e a transformação desse sistema para acomodação ao importe de energia ou informação.

  • Output - comportamento ou ação do sistema que resulta em feedback

  • Feedback - reação do sistema ao processo d consequências da ação.

 

Para além de ser um sistema aberto, o ser humano é composto por três subsistemas:

 

  • Motivação - responsável por eleger livre e conscientemente a participação em ocupações.

  • Habituação- responsável por organizar o comportamento dentro de rotinas e padrões.

  • Desempenho de funções- consiste nas capacidades básicas de ação.

 
Num ciclo adaptativo, as experiências positivas aumentam o desejo de explorar, dominar e satisfazer as exigências ambientais da pessoa.

 

Num ciclo inadaptado, a pessoa repetidamente experimenta desorganização, pouca função e antecipação do fracasso futuro: más escolhas, rotinas pouco organizadas e destrezas deficientes conduzem ao aumento da desorganização do sistema e estabelecem disfunção ocupacional.

inicio
m_ocupação humana
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